Saturday, August 28, 2010

Frases

Todos nós temos partes que alguém, humano, um dia, uma hora, um minuto (ou numa outra metade do tempo) se esqueceu de amar em nós.

Thursday, April 22, 2010

Duas mãos: as tuas.

“As mãos foram feitas para trazer o futuro, encurtar a tristeza.” Dá-me as tuas mãos Vítor Matos e Sá

Pintaram de azul o céu: sorri. Tu devias sorrir.
– Hoje sou silêncio.
Tu sabes o amor é assim: duas mãos segurando o mesmo coração. E o vazio sempre presente na ponta dos dedos de ambas as mãos. Um vazio sem voz que pede para falar. Dois lábios podem mais que tudo mesmo quando o chão foge e nem reparas que pintaram de azul o céu: sorri. Tu devias sorrir.
- Hoje tenho em mim um mundo que se cala, que se queda ao teu lado. Hoje sou silêncio. Ainda mais silêncio.
Que importa se pintam o céu? Importa ser-te em mim, como uma luz no escuro.
Pintaram de azul o céu: eu não sorri. Sorriste tu por mim.
Tu sabes o amor é assim: duas mãos segurando o mesmo coração.

Tuesday, January 26, 2010

A outra margem de mim


"Who would you be without your story?
You never know until you inquire.
There is no story that is you or that leads to you.
Every story leads away from you." - Byron Katie


à noite quando os pássaros já não voarem eu virei até ti,

de asas semicerradas, como ave, sem licença de voo

e

pernoitarei a teu lado,

como alcova de sonhos
nesse imenso deserto de amar,
nesses trilhos vastos da vida.
E

seremos náufragos sem corrente
nas mãos frias do maior quarteto do mundo: Amor.

Wednesday, January 13, 2010

Incipit de Vida

A minha Alma não consegue guardar todos os meus Outonos e, no entanto, eles viveram em mim.

Tuesday, November 24, 2009

FRIO DE AMOR


"Nas ligações do coração, como nas estações, os primeiros frios são os mais sensíveis". Bernard Fontenelle

Se te disserem que os pássaros à noite não voam, não acredites: duvida duas vezes da palavra dita porque eu estou aqui.
Estou sempre perto de ti: aqui, em ti.
Se eu mandasse em mim
mandava parar o tempo,
ficava suspensa como ave que paira no céu à espera do momento
À espera de te ver chegar
À espera de te ouvir anunciar
que eu sou todos os diamantes que trazes no peito.
E
dir-te-ei, apenas, tão breve como o pó de que os dias são feitos:
“ Tu és gnômon apontando para o meu céu, um pedaço tão meu.”
Somos filhos de Novembro, amantes de abraços iguais
parentes dessa Lua
que aparece escondida
ou
perdida no cais.

Tuesday, June 23, 2009

História sem dono


A madeira gasta pelo tempo, sublimada pela beleza das flores, recebe as primeiras manchas que o orvalho da manhã traz consigo. Algumas dessas manchas são lágrimas do meu Sentir. Outras são partículas desse átomo que é a Vida.
Um conjunto de lágrimas marca o chão. O chão de tábuas que regista cada passo da existência e recebe o caminhante com os seus pés descalços.
Um vaso de Hortênsias. Muitas folhas verdes no vaso. Cada folha de Hortênsia adorna cada pétala branca e dá cor aos sentidos dispersos nas mãos do vento. O mesmo Vento que comanda o destino e outorga a Vida.
Uma porta aberta. O vidro da porta reflecte os sentidos da Alma. Porta para o outro lado do Ser: convite sem laço. A ausência. O vazio imenso dos sentidos. As lembranças que ardem no peito como eclipses de fogo. A dor. Uma dor intensa e aguda. Tudo isto é saudade do que foi e agora faz doer.
Talvez um dia, ou num instante apenas, a chuva me lave o Ser. Talvez as recordações já não sejam pássaros de asas presas. Talvez o Tempo disperse as mágoas no Vento e ordene que as enterre do outro lado do mar, onde o teu Sentir não pode chegar.

E a dor sempre presente. Dor. Atalho de Amor.

Monday, June 8, 2009

Os subterrâneos do Amor


Uma tela por pintar. Uma Gardénia sem perfume. Brisas que o Tempo guardou. Segredos por dizer. Silêncio. Ausência dos Sentidos. Era uma vez uma brisa enclausurada nas mãos do Tempo, companheira dos dias e das noites sem vez. Era uma vez um ser, perdido nas fendas de um labirinto qualquer. Era uma vez, nalgum Tempo, numa hora qualquer, um sono de mulher: olhos pequenos e solitários, amargurados pelo Sentir.
E era uma vez todas as vezes sem ser, todas as palavras por dizer, todas as pautas por encetar, todos os mundos fundos e frios que ao Sentir sem dono pertencem…
E nesse dia um palhaço que dança. A dança da solidão: sete passos errantes num enorme salão vazio. Sete passos de nada. Pobre viver! E as tintas do rosto desfeitas pelos rios dos olhos: Subterrâneos do Amor.
Reinventem o mundo. Suba o Homem às árvores e nelas nidifique sonhos. Os sonhos que poucos sentem a coragem de pintar. E nas cabeças carreguem o feno: árduo viver! E por terra façam a caruma de outros tempos permanecer. Dias infinitos para o Sonhador.
Um laço de cetim branco: símbolo dos sentidos perdidos, enclausurados, nessa moldura por encetar: mil e um são os Subterrâneos do Amor.